Mais do que estética, as unhas fortes e saudáveis são sinais da saúde geral. Este artigo mostra como fortalecer e tratar unhas frágeis, os riscos do esmalte e das decorações, os mitos sobre esmalte escuro, a importância das cutículas e a necessidade de pausas na esmaltação. Traz orientações seguras para manter unhas bonitas e saudáveis, aliando beleza e bem-estar com base em recomendações médicas e práticas seguras.
Pontos Principais
Como cuidar das unhas
As unhas, assim como a pele e os cabelos, são extensões do corpo que refletem a saúde geral, a nutrição e até hábitos de higiene, ainda que historicamente tenham ganhado status decorativo, especialmente para mulheres, elas cumprem funções essenciais para proteção e manipulação de objetos.
Nas últimas décadas, as práticas de manicure evoluíram e se popularizaram, de salões tradicionais a tendências contemporâneas como unhas em gel, decoração artística e esmaltes hipoalergênicos, a indústria oferece inúmeras opções.
Mas o que é realmente benéfico para a saúde das unhas? Quais práticas devem ser repensadas?
Para responder a essas questões, especialistas explicam como deixar as unhas fortes, tratar as fragilizadas, desmistificar crenças populares e estabelecer uma rotina segura que equilibre beleza e saúde.
O que é necessário para ter unhas fortes
Unhas fortes dependem de fatores internos e externos, a base para unhas resistentes começa por uma alimentação equilibrada.
Vitaminas do complexo B, biotina, vitamina C, vitamina E, zinco, ferro e proteínas são nutrientes essenciais para a formação e manutenção da lâmina ungueal.
A hidratação também é um elemento fundamental, as unhas precisam de água e lipídios para manterem sua flexibilidade. Cremes hidratantes específicos para cutículas e óleos vegetais ajudam a manter a queratina flexível, evitando quebras e descamações.
Além disso, hábitos como proteger as mãos com luvas ao usar produtos químicos, evitar traumas constantes (como roer unhas ou usá-las para abrir embalagens) e manter as unhas aparadas e limpas contribuem para a saúde delas.
Dicas para fortalecimento das unhas
Para quem busca unhas mais fortes, dermatologistas recomendam algumas estratégias simples que podem ser aplicadas no dia a dia:
Como manter as unhas fortes e saudáveis
- Hidrate unhas e cutículas diariamente com cremes ou óleos.
- Use luvas ao lavar louças ou lidar com produtos de limpeza.
- Corte as unhas dos pés retas para evitar encravamentos.
- Prefira removedores de esmalte sem acetona.
- Evite lixar a superfície da unha, pois isso a deixa mais fina.
- Deixe as unhas respirarem por pelo menos dois dias sem esmalte entre aplicações.
- Inclua alimentos ricos em biotina, como ovos, nozes e abacate, na dieta.
Para quem já apresenta unhas frágeis, é importante avaliar se existe alguma causa clínica por trás da condição, como anemia ou hipotireoidismo. Nesses casos, o fortalecimento depende também do tratamento da doença subjacente.
Pontos a considerar em caso de unhas fracas
Quando as unhas estão moles, descamando ou quebradiças, a primeira medida é investigar a origem do problema. Dermatologistas recomendam exames para descartar deficiências nutricionais, micoses e doenças sistêmicas.
Se a fragilidade for causada por fatores externos, o tratamento consiste em suspender hábitos nocivos, adotar uma boa hidratação e, quando indicado, usar bases fortalecedoras. Esses produtos geralmente contêm queratina, cálcio ou vitaminas que ajudam a endurecer a lâmina ungueal temporariamente.
Em casos mais severos, suplementos orais com biotina ou colágeno podem ser prescritos para estimular a produção de queratina. A eficácia varia de acordo com cada organismo e deve ser acompanhada por um médico.
Esmalte pode prejudicar as unhas?
Um dos questionamentos mais comuns sobre cuidados com as unhas é se esmalte faz mal. O esmalte, por si só, não é tóxico para a unha, que já é formada por células mortas de queratina. No entanto, o uso excessivo pode levar a efeitos indesejados como ressecamento, manchas e descamação superficial.
Isso ocorre porque solventes presentes nos esmaltes e nos removedores desidratam a lâmina ungueal, tornando-a porosa. Quando o esmalte é mantido por semanas, impede a limpeza e hidratação da unha, criando um ambiente propício para fungos e bactérias.
Por isso, é importante aplicar esmalte com moderação e respeitar períodos sem esmaltação para evitar acúmulo de danos.
Esmalte escuro pode deixar as unhas fortes? Mito ou verdade?
Há quem acredite que esmaltes escuros fortalecem as unhas. Esse é um mito. O pigmento mais denso dá apenas a impressão de resistência ao formar uma camada mais espessa, mas não altera a saúde da lâmina ungueal.
O que ocorre é que, ao usar esmaltes escuros, muitas pessoas passam a ter mais cuidado com as mãos para não lascar, o que indiretamente evita traumas. Fora isso, a cor não tem nenhum efeito biológico comprovado.
Como cuidar de unhas ocas?
Unhas ocas, ou seja, aquelas que se desprendem parcialmente do leito ungueal, são sinal de onicólise. Essa condição pode ser causada por trauma, micose, psoríase ou alergias.
O tratamento começa pela identificação da causa, em caso de infecção fúngica, antifúngicos orais ou tópicos são necessários. Se o motivo for trauma mecânico, basta suspender a prática que causou a lesão e proteger a unha até que cresça saudável novamente.
Durante o processo de recuperação, é importante manter as unhas curtas e secas para evitar a proliferação de microorganismos.
Tem tratamento para unhas danificadas?
Sim, unhas danificadas podem ser tratadas, o primeiro passo é diagnosticar a causa exata do dano. Para lesões por trauma, basta proteger a unha para evitar mais danos. Já para alterações por doenças sistêmicas, como anemia ou problemas hormonais, o tratamento deve ser direcionado à doença.
Bases fortalecedoras, suplementos vitamínicos e boa hidratação são coadjuvantes eficazes no processo. É importante lembrar que unhas crescem lentamente, em média 3 milímetros por mês nas mãos, por isso a recuperação pode levar meses.
Tirar as cutículas das unhas faz mal?
As cutículas são essenciais para proteger a matriz ungueal contra bactérias e fungos, removê-las completamente aumenta o risco de inflamações, infecções e até deformidades permanentes na unha.
O ideal é empurrá-las delicadamente após amolecer com cremes específicos e remover apenas o excesso superficial. Para quem prefere removê-las, é fundamental garantir a esterilização dos instrumentos para evitar contaminação.
Unhas pintadas e decoradas
A popularização de esmaltes decorativos, técnicas de nail art e esmaltação em gel trouxe novas possibilidades para quem gosta de unhas pintadas.
Porém, essas práticas exigem cuidados extras.
Esmaltação em gel, por exemplo, utiliza luz ultravioleta para fixar o produto, a exposição frequente à radiação UV pode aumentar o risco de câncer de pele, outro ponto importante de lembrar é que a remoção agressiva do gel pode danificar a unha natural.
A recomendação dos especialistas é alternar períodos com e sem decoração para permitir que a unha natural se recupere. Também é importante garantir que a aplicação e a retirada sejam feitas por manicures treinadas.
É bom dar pausas no esmaltamento das unhas?
Sim, dar pausas no esmaltamento é recomendado por dermatologistas, intervalos de dois a três dias entre as esmaltações permitem que a lâmina ungueal se recupere do ressecamento e da porosidade causados pelos solventes.
Durante esses períodos, vale a pena investir em hidratação intensa e deixar as unhas sem esmalte para avaliar sua saúde e aparência natural.
Existe algum prejuízo em manter as unhas sempre esmaltadas?
Manter as unhas constantemente cobertas por esmalte pode causar ressecamento, manchas amareladas e granulações brancas superficiais. O esmalte impede a higienização completa da superfície da unha e pode mascarar sinais precoces de doenças, como micoses ou melanoma subungueal.
Além disso, a falta de intervalos adequados favorece a proliferação de fungos entre a lâmina e o leito ungueal.
Por isso, os especialistas defendem a alternância entre unhas esmaltadas e unhas naturais.
Impacto psicológico e social do cuidado com as unhas
O cuidado com as unhas não é apenas uma questão física, mas também psicológica e social. Pesquisas em comportamento apontam que unhas bem cuidadas estão associadas a uma maior autoestima e sensação de controle sobre a própria imagem.
Em entrevistas feitas em centros de estética no Brasil e na Europa, mulheres relataram que manter a manicure em dia as faz se sentirem mais confiantes em situações sociais e profissionais.
Por outro lado, especialistas em dermatologia alertam que essa busca por perfeição pode levar a hábitos compulsivos ou nocivos, como trocar de esmalte diariamente, lixar excessivamente ou usar técnicas invasivas sem os devidos cuidados.
Para grupos vulneráveis, como adolescentes com ansiedade ou pessoas com transtornos obsessivo-compulsivos, roer unhas (onicofagia) e arrancar cutículas compulsivamente podem indicar a necessidade de acompanhamento psicológico, pois são comportamentos autolesivos que comprometem a saúde ungueal e cutânea.
Dados sobre doenças relacionadas às unhas
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, 20% das consultas dermatológicas envolvem queixas sobre unhas, sendo as mais comuns: onicomicose (micose das unhas), onicólise (descolamento), linhas de Beau (depressões transversais por traumas ou doenças sistêmicas) e melanoniquia (manchas escuras sob a lâmina ungueal).
Outro dado relevante vem do CDC (Centers for Disease Control and Prevention, EUA), que estima que cerca de 35% dos salões investigados em auditorias anuais não seguem corretamente protocolos de biossegurança, aumentando o risco de infecções cruzadas entre clientes.
Os riscos de práticas inadequadas.
- A onicomicose é mais prevalente em idosos e diabéticos.
- Traumas repetitivos causam deformações permanentes na matriz.
- Microrganismos resistentes podem colonizar instrumentos mal esterilizados.
Como identificar sinais de problemas nas unhas
As unhas servem como um espelho da saúde geral, médicos recomendam observar mudanças sutis que podem indicar doenças sistêmicas ou locais.
Unhas amareladas podem ser sinal de infecções fúngicas, mas também de doenças pulmonares.
Manchas escuras lineares merecem investigação para descartar melanoma subungueal, um tipo de câncer raro, mas agressivo.
Outros sinais importantes nas unhas incluem:
- Listras brancas horizontais (podem indicar desnutrição ou doenças renais).
- Fragilidade persistente (pode ser anemia ou hipotireoidismo).
- Descolamento do leito (onicólise, comum em psoríase).
- Infecção periungueal (paroníquia, inflamação ao redor da unha).
Ao notar qualquer alteração persistente, a orientação é procurar um dermatologista para diagnóstico preciso.
Estudos sobre impacto de esmaltes na saúde
Estudos recentes conduzidos em universidades americanas investigaram os efeitos de solventes e corantes presentes em esmaltes. Pesquisadores da Duke University encontraram vestígios de TPHP (trifenil fosfato), um plastificante, na urina de mulheres após apenas 10 horas de exposição a esmaltes comuns.
Embora as concentrações estejam abaixo do limite considerado tóxico, reforça-se o cuidado em optar por produtos com fórmulas livres de tolueno, formaldeído e ftalatos.
Em paralelo, a Sociedade Americana de Dermatologia destaca que não há evidências suficientes para associar esmaltes convencionais a riscos graves quando usados corretamente. Mas lembre-se, a exposição prolongada a produtos com esses compostos pode sensibilizar a pele e desencadear dermatites de contato.
Esmaltes terapêuticos e hipoalergênicos, por sua vez, são boas opções para quem tem alergias ou unhas frágeis, já que contêm menos agentes agressivos e ativos que promovem a hidratação da lâmina.
A influência da moda nas escolhas
Tendências como unhas decoradas, longas e coloridas vêm ganhando espaço com influenciadoras digitais e celebridades ditando padrões. Termos como nail art, baby boomer nails, nail foil e nonicure dominam as hashtags das redes sociais e ampliam a oferta nos salões.
Porém, profissionais de saúde defendem que a estética deve vir acompanhada de responsabilidade. Para evitar danos, é importante que as técnicas sejam feitas por profissionais treinadas e que se respeitem as orientações de manutenção.
No universo masculino, o cuidado com as unhas também cresce, serviços voltados para homens, que incluem hidratação e corte adequado, já aparecem em barbearias e spas urbanos, desconstruindo o estigma de que apenas mulheres devem cuidar das mãos.
Prevenção como estratégia principal para deixar as unhas fortes
A melhor forma de manter unhas saudáveis é adotar práticas preventivas que evitem o surgimento de problemas. Além das já mencionadas hidratação e alimentação balanceada, especialistas sugerem revisões periódicas com dermatologistas e atenção às mudanças no aspecto das unhas.
Para quem pratica esportes, calçados adequados ajudam a prevenir traumas ungueais, em atletas, principalmente corredores, a chamada “unha preta” (hematoma subungueal) é comum e pode ser prevenida com tênis bem ajustados e unhas curtas.
Recomendações para manter as unhas fortes
- Prefira sapatos com espaço suficiente para os dedos.
- Hidrate mãos e pés especialmente no inverno.
- Não compartilhe utensílios de manicure.
- Evite contato prolongado com água quente, que resseca a unha.
O papel da educação e da regulamentação
Além das práticas individuais, há um papel fundamental da educação pública para disseminar informações corretas sobre a saúde das unhas. Campanhas educativas em escolas, salões e centros de saúde podem ajudar a desconstruir mitos e promover cuidados adequados.
Regulamentações mais rígidas para salões também são necessárias para garantir biossegurança. Alguns estados já exigem que profissionais sejam certificados e que equipamentos sejam esterilizados em autoclaves devidamente regulamentadas.
Essas medidas coletivas são importantes para reduzir os índices de infecções e para proteger tanto profissionais quanto clientes.
Lembre-se, as unhas são muito mais do que um elemento estético, elas desempenham funções essenciais na proteção dos dedos e no manuseio de objetos, além de servirem como indicadores do estado geral de saúde. Embora a manicure e a pedicure sejam práticas culturalmente consolidadas, é fundamental que sejam feitas com consciência, equilíbrio e sob orientação adequada.
Cuidados diários como hidratação, alimentação adequada e higienização correta associados a intervalos sem esmaltação, uso consciente de produtos químicos e atenção às mudanças na aparência das unhas formam um conjunto de medidas simples, mas eficazes, para preservar sua saúde e manter as unhas fortes.
No fim das contas, a escolha por unhas pintadas, decoradas, naturais ou artificiais deve ser sempre pessoal, mas é importante priorizr a integridade e o bem-estar.
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FONTE: Terra